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8 - A Qualidade na Produção Vídeo/Áudio


8.1 Apresentação e Objectivos


Nesta unidade final vamos tratar muito resumidamente o tema da qualidade e o contexto do cliente.

No final desta unidade deve ser capaz de :

  • Reconhecer a importância da qualidade numa produção vídeo;

  • Sensibilizar para a estratégia fundamental de direccionamento da produção para o cliente/destinatário;


8.2 O que é a Qualidade


Definição segundo a Norma NP EN ISO 8402:

Qualidade é o conjunto de características de uma entidade que lhe confere aptidão para satisfazer necessidades explícitas ou implícitas.

Um vídeo com Qualidade, obtém-se do resultado conjunto de uma combinação de factores relacionados entre si (técnicos e artísticos), incluindo as características, a preparação e a experiência dos: criativos, técnicos e artistas.

Assim como da natureza dos programas abordados: o tipo de narrativa e o género estético, para não falar do clima global das relações humanas, atitudes e motivações em que decorre o processo de pré-produção, produção e pós-produção. Trata-se de construir um quadro organizativo que melhor responda às necessidades.


8.3 O Cliente


Se, na Qualidade, procuramos satisfazer o cliente naquilo que ele quer, teremos de definir antes de mais, quem é o nosso cliente e quais os seus critérios de satisfação. Concluímos forçosamente que se tem dois clientes a satisfazer:

  • A Instituição Patrocinadora, que poderá ser:

  • Um centro de formação;

  • Uma escola;

  • Um instituto;

  • Uma fundação;

  • etc.


Os Espectadores, que poderão ser:

  • Formandos;

  • Formadores;

  • Alunos;

  • Professores;

  • etc.

De nada servirá produzir um vídeo que satisfaça a Instituição Patrocinadora, mas que desagrade aos Espectadores comprometendo o objectivo de transmitir conhecimentos. Assim como poderá ficar comprometido todo o trabalho que desagrade à Instituição Patrocinadora, mesmo que este seja bem recebido pelos Espectadores.


8.4 Qualidade e Instituições


A Qualidade começa na:

Instituição Patrocinadora, que deverá:

  • Ter uma definição de cultura, missão e objectivos da instituição;

  • Fazer um levantamento de necessidades;

  • Desenvolver uma ideia apoiada em investigação;

  • Conhecer os destinatários;

  • Mobilizar esforços em torno do projecto;

  • Nomear um responsável pelo projecto;

  • Dialogar e disponibilizar as informações à produtora;

  • Conhecer uma produtora adequada ao tipo de narrativa ou género estético;

  • Possuir recursos financeiros.

Produtora, que deverá:

  • Possuir experiência profissional no tipo de narrativa e género estético.

  • Compreender os objectivos pretendidos.

  • Dispor de equipa treinada.

  • Dispor ou saber como obter os meios técnicos e artísticos, necessários para a correcta execução do projecto.

  • Saber gerir os recursos financeiros, humanos e técnicos.

  • Calendarizar toda a execução do Projecto Vídeo.

  • Compreender a matéria em questão e fazer sugestões para melhor a cinematizar.

  • Recrutar, premiar e reconhecer os colaboradores em função dos seus contributos.

  • Promover a adequada formação profissional dos membros da equipa.

A produção vídeo é uma actividade artística e técnica.

Na sua faceta artística, existe o improviso e a inspiração aliada à criatividade.

Na componente técnica poderá ser abordada como uma indústria com os seus procedimentos e métodos de trabalho.

Para harmonizar estas duas facetas complementares, torna-se necessária uma liderança forte e empenhada na concretização do projecto e praticante de um estilo de gestão participativa.

Aspectos a ter em consideração entre a Instituição Patrocinadora e a Produtora:

  • Conceber em conjunto o vídeo e desenvolver o guião;

  • Identificação clara do tipo de cliente;

  • Clarificar os propósitos e reforçar a excelência;

  • Preparar o calendário de Pré-Produção, Produção e Pós-Produção;

  • Conceber, construir e afirmar o tecido organizacional capaz de congregar esforços, alinhando em torno do projecto, capacidades e competências de todos os colaboradores;

  • Fazer uma reflexão estratégica sobre o posicionamento a alcançar no futuro, envolvendo todos os agentes representativos;

  • A partilha de melhores práticas de troca de informação;

  • Reforçar o desenvolvimento de experiências e saberes entre os elementos ou equipas de natureza interfuncional;

  • Conjuntamente nomear um responsável pelo projecto;

  • Reforçar a comunicação;

  • Acompanhar a execução do projecto;

  • Controlar e confirmar de que se está a fazer como foi previsto;

  • Controlar de que se está a fazer no prazo e no orçamento previsto.

Se bem que no fim, obtenhamos uma cassete que contém o vídeo, a sua produção não pode ser comparada com uma linha de montagem de automóveis ou de outros.

O automóvel é equivalente ao hardware, enquanto que o vídeo corresponde ao software.

A produção vídeo, é uma actividade dinâmica de concepção e projecto.

Uma Produtora ou Instituição de ensino, terá todas as vantagens em se certificar pela Norma ISO 9001, havendo aspectos contemplados na ISO 9002, requisitos relacionados com o controlo da concepção.


8.5 Qualidade Técnica


Tecnicamente poderemos afirmar que um vídeo com Qualidade, não deve ter os movimentos de câmara de forma brusca. Artisticamente o operador pode recorrer a esta forma de captação de imagem durante uma perseguição por forma a obter um efeito de instabilidade e de angústia.

A duração de um plano ou a duração total de um vídeo, depende da sensibilidade do realizador e do editor em fazer passar a “mensagem”, sem se tornar demasiado extenso e aborrecido.

As imagens devem estar bem focadas, podendo excepcionalmente, por exemplo entrar em desfoque quando o intérprete vê mal ou desmaia.

As cores devem ter a temperatura de cor correctas. Mas caso se queira dar a ideia de que é uma acção antiga, poderá estar em Sépia ou mesmo a preto e branco com riscos produzidos artificialmente.

Como se pode ver nalguns exemplos acima enunciados, na Arte e na Criatividade não existem regras fixas. Erros e defeitos deliberadamente criados ou não, em nada afectam a Qualidade, pelo contrário quando bem aplicados, até melhoram a narrativa cinematográfica.

Tratando-se da produção de uma série vídeo, o genérico e as legendas devem ter denominadores comuns. O mesmo tipo de letra, a mesma música de entrada e final, etc. O não cumprimento destas normas entrará nas “Não Conformidades”.


8.6 Auto-avaliação


Nas opções de resposta apresentadas em cada uma das perguntas seguintes assinale aquela que lhe parece a mais correcta.


1. Um vídeo de formação é de qualidade essencialmente quando:

Satisfaz necessidades de aprendizagem.
Cria grande impacto visual.
Cumpre uma norma de qualidade.


Resposta:     





2. Um vídeo de formação deve ser avaliado:

Em termos técnicos pelos espectadores/formandos.
Em termos artísticos e criativos pela equipa que o produziu.
Em termos de valor pedagógico pelos formadores/formandos.


Resposta: